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11/08/2018

A Transformação Positiva em Condomínios: 5 Dicas de Participação Colaborativa e Transparente

A Transformação Positiva em Condomínios: 5 Dicas de Participação Colaborativa e Transparente

Por Ricardo Santos - CEO Super Condomínios

 

Diversidade, Democracia, Compartilhamento, Coletividade são todas palavras que nos rementem a visão de grupo.

 

Isso é bom? Sim. Excelente.

 

Uma nação se constrói com ideias contrastantes, com grupos interessados por assuntos diversos, engajamentos e outros lemas de equipe. Mas isso é uma visão romântica.

 

Mas e outro lado da moeda?

 

Conflitos, desacordos, falta de respeito, oposição, grupos separatistas e por aí vai.

Viver em condomínios é sentir a experiência de tudo isso, na própria pele.

 

A comunidade condominial também é acometida por estes desafios das relações interpessoais: minha vaga é pior que a do meu vizinho, o filho do João é bagunceiro, o cachorro da Dona Maria é muito grande para viver em apartamento, etc.

 

Aí, vem a cegueira de acharmos de somos o morador mais correto, mais “certinho” do condomínio e que os demais vizinhos precisam ser como nós.

 

Fato que frequentemente nos leva a pensarmos que somos o dono da verdade, “sumidades” e ao mesmo tempo, achar que somos o dono único do condomínio.

 

Em muitas vezes, o dever do cumprimento das regras extrapola o campo da racionalidade e tolerância, transformando o ambiente numa bomba relógio e uma verdadeira Torre de Babel, consequentemente falta de engajamento e impacto direto nas ações de melhoria e valorização. Elas simplesmente não existirão.

 

Habilidades interpessoais mostram-se extremamente eficazes neste momento, pois utilizar algumas “doses” de empatia, cordialidade, gentileza, tolerância são essenciais para percebermos que é possível tornar a convivência mais harmoniosa, a partir do momento que conhecemos mais nossos vizinhos.

 

Minha vaga pode até ser a pior, mas se aos poucos eu melhorar as minhas habilidades para manobrar o carro, isso lentamente deixará de ser problema. O filho do João é bagunceiro, sim. É verdade. Mas e daí?

Ele é uma criança que brinca como qualquer outra da mesma idade e, na maioria do tempo, não me incomoda. Sem dizer que o João e sua esposa são vizinhos sensacionais.

 

E o cachorro da Dona Maria? Ele é grande mesmo e corre demais nas dependências sociais, podendo derrubar crianças e idosos. É um Labrador. Mas e daí? Ele é manso, não faz barulhos exagerados, faz as suas necessidades no lugar certo e nunca atacou ninguém. Além disso, ele é também o grande companheiro dela, após seu marido falecer.

 

Diante de tudo isto, listo 5 dicas de ouro, para uma transformação extremamente positiva no condomínio.

 

Dica 1: Conheça as Regras: Regulamento Interno e Convenção Condominial

 

Seja um conhecedor das práticas em administração do condomínio. Leia e releia os regulamentos internos e convenção. E recentemente práticas de Governança Condominial. Mesmo assim, caso ainda tenha dúvidas, busque os especialistas no assunto (Síndico, Administradora, Advogados), para todos os esclarecimentos.

 

Com o passar do tempo você terá mais condições de reivindicar os seus direitos, de forma a não invadir os direitos alheios, identificando perfeitamente as fronteiras.

 

Achar que os investimentos na reforma do espaço pet seriam desnecessários, podem até fazer sentido para você, mas se a maioria aceitou em assembleia, o projeto deverá ter seu rumo natural de implantação. Lembre-se, a assembleia é soberana e, infelizmente para você, seu voto fez parte da minoria. Não concordar com algumas regras faz parte e, críticas construtivas sempre serão bem-vindas, entretanto aceitar o desejo da maioria é também uma grande mostra de respeito, cumplicidade e cordialidade, com os demais condôminos.

 

Não dá para ganhar todas.

 

Dica 2: Quase um Buda

 

Muitas vezes, há situações que o contorno ou uma solução definitiva são inviáveis financeiramente ou tecnicamente impossíveis.

 

Imagine você num condomínio com oito torres e no terceiro andar que fica exatamente diante da piscina, é a janela do seu apartamento. É verão. Seu condomínio possui muitas crianças. E claro, elas adoram piscina. Ou seja, nos dias mais quentes, vira aquela festa e gritaria. Alegria total, certo? Nem

tanto, menos pra você, pois você adora leitura e silêncio. Viu só? Isso é sentir na pele o que é de fato, democracia, diversidade de gostos, num mesmo espaço físico.

 

A solução não é trivial e requer um esforço considerável de sua parte e dos outros. Por sua parte, resta conviver com a situação ou mudar de apartamento. Para os outros, não fazer barulho (praticamente impossível).

 

Este é apenas um dos diversos exemplos que mostra a diversidade e dificuldade que muitos moradores de condomínios passam. Por outro lado, muitas vezes a solução depende de uma mudança de hábito, perspectiva de visão, de condicionamento mental e psicológico, ou seja, uso de paciência, tolerância e empatia com os demais.

 

Às vezes, “incorpore” o buda que existe dentro de você: Paciência e Tolerância, ao extremo.

 

Dica 3: Promova a interação

 

Você conhece de verdade o seu vizinho? Ele é um dentista ou arquiteto? Ele gostaria de jogar futebol, na quadra do condomínio? Os filhos dele brincam constantemente com os seus, mas de fato vocês se falam pouco.

 

Estranho não acha?

 

Se você se reconheceu nesta parte do texto, não se espante. Isso é frequente, ainda mais para os moradores de cidades grandes que vivem com pressa, ou para outros que pouco gostam de se relacionar, onde moram. Infelizmente isso não é de todo benéfico ao condomínio. Trocar ideias sobre melhorias, inovações, conservação e valorização do patrimônio deveria ser uma prática, entre a maioria dos moradores.

 

Infelizmente, muitos pagam o condomínio achando que “toda” sua obrigação como morador foi feita.

 

Ledo engano, fiscalizar voluntariamente as finanças, no Porta de Governança e Transparência do condomínio, podem levar a críticas construtivas.

 

Discordar da ideia do seu melhor amigo, compartilhar as lições e práticas que funcionam no seu trabalho poderiam ajudar.

 

Sabe aquela grande ideia de redução de custos e implantar indicadores de desempenho que você compartilhou e implantou com o seu chefe? Pois é, ela pode servir também no seu condomínio, ao síndico, vizinhos ou para os funcionários.

 

Além disso, a participação harmoniosa previne o condomínio de fraudes, corrupção, ao mesmo tempo, possibilita ideias até então inimagináveis, para modernizá-lo e, consequentemente valorizá-lo.

 

Portanto, marque aquele churrasco com os seus vizinhos, síndico, conselheiros, demais integrantes do futebol, esposas, crianças e promova a diversidade de visão, com simpatia, receptividade, cumplicidade e diversão, no seu Super condomínio.

 

Dica 4: Estimule a Economia Compartilhada

 

Em momento de escassez financeira, a criatividade e comunicação devem prevalecer. Excesso de desempregados, investidores temerosos por investir, governo com exemplo de ineficiência, juros altos, alta da inflação, baixa no consumo e, por fim, dinheiro cada vez mais curto, não poderemos nos abater por isso. A vida não pode parar, precisamos comer, comprar os itens básicos, arcar com as nossas obrigações como contribuintes IPVA, IPTU, e por aí vai.

 

Além do mais, existe a necessidade de diversão. E a festinha de aniversário das crianças, da esposa,

da mãe? Obviamente haverá uma dificuldade de manter os padrões dos bons tempos da economia.

Apesar disso, os nossos momentos de lazer e alegria com colegas, amigos e família não devem cessar definitivamente.

 

Mas como fazer isso?

 

Usar a criatividade é uma ferramenta sensacional, nestes momentos. Aquela festinha no buffet legal ou

aquele jantar com amigos, naquele restaurante renomado, podem ficar para outro momento.

 

Entretanto, numa conversa pelos corredores, fiquei sabendo que tem um vizinho que organiza festas, também sei de um outro vizinho que é Chef de cozinha.

E Tem a Cláudia do 82, da torre Girassol que faz brigadeiros gourmet. O Paulo do 104 me indicou uma distribuidora de bebidas que fica a 3 KM de distância daqui. Sem dizer que o salão de festas do condomínio acabou de ser reformado e está muito bonito.

Já sei, vou acionar cada um destes vizinhos e cotar o valor do serviço deles e comemorar o aniversário

de 60 anos da minha mãe.

 

Este cenário de grande interação infelizmente não é tão corriqueiro em condomínios, ainda.

A maioria dos moradores não tem vontade de se relacionar com os demais, consequentemente passam meses ou anos tendo uma visão superficial dos interesses e afinidades dos seus vizinhos.

 

Por isso, cultivar relacionamentos dentro do seu condomínio também pode promover diversão e lazer, com o melhor, gastando menos. Tudo isso também contribui em conhecer mais seus vizinhos, gerar economia local, além de ajudar o controle de acesso no condomínio: A entrada de prestadores de serviços poderá ser menor e com a preservação da segurança, de todos os moradores.

 

Por tanto, acione seus vizinhos por interfone, para organizarem a “Super festa” no seu condomínio e garanta sua di versão, dos amigos e familiares!!!

 

Dica 5: Sindico, Administrador, Gestor ou Super Herói?

 

Saiba de fato, a atribuições do Síndico, para conseguir apoiá-lo e extrair o máximo de suas competências.

 

Criticar é uma das tarefas mais fáceis do mundo: Espere as pessoas levantarem as ideias, que tenham todo o esforço de implantação e, depois de realizadas, mostre e aponte todos os erros cometidos.

Certamente, olhar isto é simples demais. E nós, seres humanos somos especialistas nisso.

 

Remetendo isso para o mundo de condomínios e para ilustrar, vamos aqui elencar algumas das atribuições do síndico:

 

Convocar as assembleias de condôminos; Representar, ativa e passivamente, o condomínio, em juízo ou fora dele; Dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento judicial ou administrativo de interesse do condomínio; Cumprir e fazer cumprira convenção, o regimento interno e as determinações da assembleia; Diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessam aos possuidores; Elaborar o orçamento anual; Cobrar dos condôminos o rateio das despesas e eventuais multas; Prestar contas; Efetuar seguro da edificação, dentre outras inúmeras grandes responsabilidades rotineiras.

 

Podemos juntar outros “ingredientes” para aumentar as dificuldades corriqueiras dos condomínios como Conflitos interpessoais, falta de tecnologia, problemas de infraestrutura, segurança, relação com prestadores de serviços diversos, manipular o dinheiro alheio, conciliar as contas, competências em Prestação de contas, Transparência e, por aí vai.

 

Quais as possiblidades de falhas para o síndico que em muitas vezes, vê-se sozinho para tomar grandes decisões, em minutos, para atender muitos desejos?

 

Desafiador correto?

 

Então, como o objeto principal que está em jogo é o nosso patrimônio, por quê não nos juntarmos para “abraçarmos” as oportunidades de melhoria e também contribuir com ideias, sugestões, composição de comissões (para tratar de assuntos específicos: Riscos, Investimentos, Tecnologia, Modernização), e até mesmo fiscalizarmos, com afinco o que acontece com o nosso condomínio?

 

Assumidamente não é fácil, mas quem pode dizer o contrário? Entretanto, a construção de uma sociedade fortalecida, justa, organizada ou próspera se constrói com a ajuda de todos, com o poder de superação de cada desafio que aparece.

 

Os EUA quebraram em 1929. Alemanha e Japão são grandes nações que se reconstruíram do zero, por questões de guerra. Veja que hoje são referências de prosperidade e superação.

 

Em condomínios, não é diferente, sendo que os desafios são grandes, mas em proporções muito menores.

 

Então, quando vir o seu condomínio funcionando muito bem, tenha certeza que pessoas com eficiência e arduamente trabalharam para isso, conduzidas e apoiadas, muitas vezes também por um grande síndico e outros colaboradores. Definitivamente honras a estes heróis!!!!

 

Cuidar e valorizar o nosso patrimônio requer atenção, tempo, participação e muita paciência.

 

Ricardo Santos – CEO Super Condomínios

 


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